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Artigo | Unipartner junta-se a grandes organizações para debater Pessoas, Sustentabilidade e Digital




O futuro das organizações e as estratégias que devem adotar para ultrapassar os desafios que se colocam neste momento de grande mudança e incerteza, foi o tema que deu o mote ao evento, que decorreu recentemente em Lisboa. Os papéis das pessoas, da sustentabilidade e do digital na perspetiva de David Schonthal, professor da Kellogg School of Management da Northwestern University, nos Estados Unidos, André Ortolá, Diretor Geral da Microsoft Portugal, e Luís Neves, CEO da GeSI.


A manhã foi rica em partilha de diferentes experiências que têm em comum o desafio transversal de combinar a urgência de acelerar a inovação digital com a especificidade de cada negócio ou sector de atividade. Garantindo, assim, que a força de trabalho se mantém alinhada com os objectivos, e comprometida com a mudança. Um desafio porque, afinal, "é tudo uma questão de pessoas", afirmou Fernando Reino da Costa, durante a abertura da conferência. O Presidente e CEO da Unipartner defendeu que os papéis das pessoas, da sustentabilidade e do digital são os pilares das organizações do futuro.



Os três pilares avaliados por Fernando Reino da Costa são, de facto, o suporte da estratégia definida pela Unipartner. A empresa de consultoria e integração de sistemas de informação, cuja missão é ajudar a transformar os negócios dos seus clientes para que sejam mais eficientes, produtivos e preparados para responder às exigências de um mundo em acelerada transformação, está também a percorrer o caminho da mudança e a responder aos mesmos desafios internos. "São desafios complexos, difíceis de abordar, mas que estão todos relacionados", reforçou. Na sua perspetiva, as pessoas, a sustentabilidade e o digital são partes essenciais da mudança obrigatória a que as organizações estão atualmente sujeitas, sendo a tecnologia o facilitador transversal a toda a transformação e inovação. No entanto, salientou Fernando Reino da Costa, "não há mudança sem pessoas".


Esta é uma opinião partilhada por David Schonthal, professor americano, coautor do bestseller "O Elemento Humano: Superando a Resistência que Aguarda Novas Idéias', que trata justamente da dificuldade que o ser humano tem em mudar. Em seu livro, David, que foi o convidado especial deste encontro da Unipartner com grandes organizações, enumera quatro atritos: inércia, esforço, emoção e reatância. Estes são os principais factores de resistência à mudança nas organizações e na vida em geral. Seja porque não quer sair da sua zona de conforto, porque coloca barreiras às novas ideias, por medo de falhar ou simplesmente porque não compreende o impacto da mudança, o ser humano tende a erguer barreiras à aceitação do que é novo ou diferente. Conseguir mudar estes comportamentos é um desafio para as organizações, e uma tarefa muito exigente para os líderes. "Os melhores líderes, aqueles que mais facilmente conseguem criar estratégias para ultrapassar estes atritos, são aqueles que têm consciência da sua existência", afirmou David Schonthal.


Para além do seu discurso principal, David Schonthal revelou que foi muito positivo perceber que em Portugal existe um conjunto de organizações que se preocupam e se concentram nestes desafios e que estão empenhadas em ultrapassá-los. No entanto, acrescentou: "Creio que lhes faltava uma abordagem para os enfrentar de forma concreta". No fundo, disse o professor, "é esse o meu objetivo com este trabalho: torná-lo uma estrutura que possam utilizar na sua própria organização ou que os consultores possam utilizar para ajudar os seus clientes nos processos de mudança".



O digital com (o) objetivo


"O sector das Tecnologias de Informação e Comunicação será fundamental para responder às questões da sustentabilidade". Esta é uma certeza partilhada por Luís Neves, CEO da GeSI (Global Enabling Sustainability Initiative), que defendeu a urgência de acelerar a mobilização das organizações para mudarem os seus processos e responderem aos desafios da sustentabilidade. "Caso contrário, daqui a 30 anos não teremos planeta", alertou no início do seu pitch.


Na perspetiva do responsável pelo movimento 'Digital with Purpose', lançado pela GeSI, o digital fará parte da solução para combater as alterações climáticas e reduzir as emissões de CO2. "Sete anos depois do Acordo de Paris (2015), pouco mudou e não acredito que a meta seja atingida em 2050", afirmou, lembrando que 5 milhões de pessoas morrem todos os anos por causas relacionadas com as alterações climáticas. "Precisamos de gerir as agendas do digital, das necessidades humanas e da sustentabilidade com um impacto rápido e positivo".


O digital está em todos os negócios, como referiu Luís Neves, pelo que é necessário pensar fora da caixa. O movimento Digital com Propósito parte da premissa de que o digital e a sustentabilidade estão no centro de todo o processo. Por isso, recomenda, "é importante mobilizar as empresas para este objetivo, porque elas vivem no business as usuale não se adaptaram aos desafios que temos pela frente. O Digital com Propósito busca ajudar as empresas a se adaptarem".


A fechar uma manhã repleta de trocas de experiências, coube a Andres Ortolá, Diretor Geral da Microsoft Portugal, encerrar o segmento de pitch do encontro. "O imperativo digital está em todas as organizações", apontou no início do seu pitch, para destacar a importância de utilizar a tecnologia para tirar o melhor partido possível das oportunidades geradas pelo ambiente complexo e disruptivo que o mundo enfrenta. "Estamos a viver momentos de incerteza com uma pandemia, a que se seguiu uma crise energética, uma guerra e uma inflação galopante que antecipa uma recessão global", recordou. Por isso, reforçou, "a perseverança digital é fundamental".



Entre os imperativos digitais que nenhuma organização deve ignorar, Andrés Ortolá destaca cinco. O primeiro, a migração para a Cloud, a nuvem digital onde, segundo as previsões dos consultores, 95% das empresas estarão em 2025, essencial para manter as actividades em funcionamento. O segundo é incentivar equipas de fusão, capazes de desenvolver tecnologias low-code ou no-code, para abrir o mundo tecnológico a todos - um estudo da Microsoft estima que, dentro de três anos, 70% das aplicações serão baseadas nestas tecnologias. O terceiro imperativo - processos de negócio colaborativos - garante a flexibilidade dos modelos de trabalho e dá força às abordagens remotas, que são a preferência de 73% das pessoas no pós-pandemia. Apesar disso, revelou ainda o responsável da Microsoft Portugal, 67% querem mais trabalho presencial. Uma dicotomia que impõe novos desafios aos gestores, que devem criar estratégias individualizadas de gestão de pessoas.


No mundo dos dados, o quarto imperativo apontado por Andres Ortolá reflecte a tendência para unificar os terabytes de dados que são criados diariamente, aplicando modelos de inteligência artificial capazes de extrair informação verdadeiramente útil para uma melhor tomada de decisão. Até 2025, revela o diretor-geral, 10% dos dados serão produzidos por sistemas de IA generativa. Por fim, o imperativo da segurança, cujas violações custarão ao mundo 10,5 triliões de dólares. "Evitar estas perdas é fundamental", sublinhou.


A encerrar o evento, o Secretário de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa, Mário Campolargo, deixou aos dirigentes presentes uma mensagem que reflecte a urgência de se fazer um esforço coletivo para se ter um país mais digital. "Não é necessariamente um esforço só de cima para baixo, é um esforço que tem de englobar todos os actores. Temos de ter em atenção a interação entre as organizações mais inovadoras, as mais recentes, as que estão mais estabelecidas, porque isso move a sociedade", disse. Aproveitar os apoios previstos no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) é, segundo o secretário de Estado, uma das receitas para desenvolver digitalmente o país. "É importante que a digitalização e a modernização administrativa sejam duas faces da mesma moeda de desenvolvimento do país com o objetivo de o transformar numa nação digital equilibrada", reforçou.


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